segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Serie de perguntas e respostas n11

151 O que pensar da opinião de que, após a morte, a alma retorna
ao todo universal?
– O conjunto dos Espíritos não forma um todo? Não constitui um mundo
completo? Quando estais em uma assembléia, sois parte integrante dessa
assembléia e, entretanto, sempre conservais a individualidade.

152 Que prova podemos ter da individualidade da alma após a
morte?
– Não tendes essa prova por meio das comunicações que obtendes?
Se não fôsseis cegos, veríeis; e, se não fôsseis surdos, ouviríeis, pois muito
freqüentemente uma voz vos fala e revela a existência de um ser fora de vós.

153 Em que sentido se deve entender a vida eterna?
– É a vida do Espírito que é eterna; porém, a do corpo é transitória e
passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna.

153 a Não seria mais exato chamar vida eterna à vida dos Espíritos
puros, aqueles que, tendo atingido o grau de perfeição, não têm
mais provas para suportar?
– Isso é, antes, a felicidade eterna. Porém, mais uma vez, é uma questão
de palavras: chamai as coisas como quiserdes, contanto que vos entendais.

SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO
154 O corpo ou a alma sente alguma dor no momento da morte?
– Não; o corpo sofre muitas vezes mais durante a vida do que no
momento da morte: a alma não toma nenhuma parte nisso. Os sofrimentos
que às vezes ocorrem no momento da morte são uma alegria para o
Espírito, que vê chegar o fim de seu exílio.

155 Como se opera a separação da alma e do corpo?
– Quando os laços que a retinham se rompem, ela se desprende.

155 a A separação se opera instantaneamente e por uma transição
brusca? Há uma linha de demarcação nitidamente traçada entre
a vida e a morte?
– Não; a alma se desprende gradualmente e não escapa como um
pássaro cativo subitamente libertado. Esses dois estados se tocam e se
confundem de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos
laços que o retinham no corpo físico: eles se desatam, não se quebram.

156 A separação definitiva da alma do corpo pode ocorrer antes
da completa cessação da vida orgânica?
– Na agonia, a alma, algumas vezes, já deixou o corpo. Nada mais resta
nele do que a vida orgânica. O homem não tem mais consciência de si
mesmo e, entretanto, ainda há nele um sopro de vida orgânica. O corpo é
uma máquina que o coração faz mover. Existe, enquanto o coração faz circular
o sangue em suas veias, e não tem necessidade da alma para isso.

157 No momento da morte, a alma tem, às vezes, um desejo ou
um êxtase que lhe faz entrever o mundo em que vai entrar?
– Muitas vezes a alma sente desfazerem-se os laços que a
prendem ao corpo, então, faz todos os seus esforços para rompê-los completamente.
Já em parte desprendida da matéria, vê o futuro desdobrar-se
à sua frente e desfruta, por antecipação, do estado de Espírito.

158 O exemplo da lagarta, que inicialmente rasteja na terra, depois
se fecha na sua crisálida1 numa morte aparente para renascer
em uma existência brilhante, pode nos dar uma idéia da vida terrestre,
da vida espiritual e, enfim, de nossa nova existência?
– Uma idéia imperfeita, mas a imagem é boa. Não deverá, entretanto,
ser tomada ao pé da letra, como muitas vezes fazeis.

159 Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece
estar no mundo dos Espíritos?
– Isso depende. Se fizestes o mal com o desejo de fazê-lo, vos envergonhareis
de tê-lo feito, num primeiro momento. Para o justo, é bem
diferente: é como o alívio de um grande peso, porque não teme nenhum
olhar indagador.

160 O Espírito encontra imediatamente aqueles que conheceu
na Terra e que desencarnaram antes dele?
– Sim, de acordo com a afeição que havia entre eles, muitas vezes
vêm recebê-lo na volta ao mundo dos Espíritos e o ajudam a se desprender
das faixas da matéria. Assim como reencontra também muitos que
havia perdido de vista durante sua permanência na Terra. Vê os que estão
na erraticidade2, como também vai visitar os que estão encarnados.

161 Na morte violenta e acidental, quando os órgãos ainda não
estão enfraquecidos pela idade ou por doenças, a separação da alma
e o término da vida ocorrem simultaneamente?
– Geralmente é simultâneo, mas, em todos os casos, o momento
dessa separação é muito curto.

162 No caso de decapitação, por exemplo, o homem conserva
por alguns instantes a consciência de si mesmo?
– Muitas vezes a conserva durante alguns minutos, até que a vida
orgânica tenha-se extinguido completamente. Mas às vezes ocorre que a
apreensão da morte pode fazer com que perca a consciência mesmo
antes do instante do suplício.

163 A alma, ao deixar o corpo, tem imediatamente consciência
de si mesma?
– Consciência imediata não. Ela passa algum tempo como num estado
de perturbação.

164 Todos os Espíritos experimentam, no mesmo grau e com a
mesma duração, a perturbação que se segue à separação da alma e
do corpo?
– Não, isso depende de sua elevação. Aquele que já está depurado
reconhece a sua nova situação quase imediatamente, porque já se libertou
da matéria durante a vida do corpo, enquanto o homem carnal, aquele
cuja consciência não é pura, conserva durante muito mais tempo as sensações
da matéria.

165 O conhecimento do Espiritismo tem alguma influência sobre
a duração, mais ou menos longa, dessa perturbação?
– Uma influência muito grande, uma vez que o Espírito já compreendia
antecipadamente sua situação. Mas a prática do bem e a consciência
pura exercem maior influência.

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