sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Serie de perguntas e respostas n22

316 O Espírito se interessa pelos trabalhos que se executam na
Terra pelo progresso das artes e das ciências?
– Isso depende de sua elevação ou da missão que deve desempenhar.
O que vos parece magnífico é, muitas vezes, pouca coisa para certos
Espíritos, que a consideram como um sábio vê a obra de um estudante.
Eles têm consideração pelo que pode contribuir para a elevação dos Espíritos
encarnados e seus progressos.

317 Os Espíritos, após o desencarne, conservam o amor à pátria?
– É sempre o mesmo princípio: para os Espíritos elevados, a pátria é o universo; na Terra, a pátria está onde há mais pessoas que lhes inspirem simpatia.

318 As idéias dos Espíritos desencarnados se modificam quando
estão na erraticidade?
– Se modificam muito. Sofrem grandes modificações à medida que o
Espírito se desmaterializa. Ele pode algumas vezes permanecer por muito
tempo com as mesmas idéias, mas pouco a pouco a influência da matéria
diminui e vê as coisas com mais clareza. É então que procura os meios de se aperfeiçoar.

319 Uma vez que o Espírito já viveu a vida espírita em vidas
anteriores, de onde vem seu espanto ao reentrar no mundo dos Espíritos?
– É apenas o efeito do primeiro momento e da perturbação que se
segue ao seu despertar. Mais tarde reconhece perfeitamente o seu estado,
à medida que a lembrança do passado lhe vem e que se apaga a
impressão da vida terrestre. (Veja, nesta obra, questão 163 e segs.)
COMEMORAÇÃO DOS MORTOS. FUNERAIS

320 Os Espíritos são sensíveis à saudade daqueles que amaram
e que ficaram na Terra?
– Muito mais do que podeis supor; se são felizes, essa lembrança
aumenta sua felicidade; se são infelizes, essa lembrança é para eles um alívio.

321 O dia da comemoração dos mortos tem algo de solene para
os Espíritos? Eles se preparam para visitar os que vão orar nas suas
sepulturas?
– Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento tanto nesse dia
quanto em qualquer outro.

321 a Esse dia é para eles um encontro junto às suas sepulturas?
– Eles estão aí num maior número nesse dia, porque há mais pessoas
que os chamam. Mas cada um deles vem apenas pelos seus amigos e
não pela multidão de indiferentes.

321 b Sob que forma comparecem e como seriam vistos, se pudessem
se tornar visíveis?
– Sob a forma pela qual os conhecemos quando encarnados.

322 Os Espíritos esquecidos, cujos túmulos ninguém visita, também
aí comparecem apesar disso? Lamentam não ver nenhum amigo
que se lembre deles?
– Que lhes importa a Terra? Eles somente se prendem a ela pelo
coração. Se aí não há amor, não há mais nada que retenha o Espírito: tem
todo o universo para si.

323 A visita ao túmulo dá mais satisfação ao Espírito do que uma
prece feita para ele?
– A visita ao túmulo é uma maneira de mostrar que se pensa no Espírito
ausente: é a imagem. Já vos disse, a prece é que santifica o ato da
lembrança; pouco importa o lugar, quando se ora com o coração.
324 Os Espíritos das pessoas às quais se erguem estátuas ou
monumentos assistem à inauguração e as vêem com prazer?
– Muitos comparecem a essas solenidades quando podem, mas são
menos sensíveis às homenagens que lhes prestam do que à lembrança.

325 De onde surge, para certas pessoas, o desejo de ser enterradas
num lugar em vez de outro? Revêem esse lugar com maior
satisfação após sua morte? Essa importância dada a uma coisa material
é um sinal de inferioridade do Espírito?
– A afeição do Espírito por determinados lugares é inferioridade moral.
Que diferença há entre um pedaço de terra em vez de outro para um
Espírito elevado? Ele não sabe que se unirá aos que ama, mesmo estando
os seus ossos separados?

325 a A reunião dos restos mortais de todos os membros de uma
família num mesmo lugar deve ser considerada como uma coisa fútil?
– Não. É um costume piedoso e um testemunho de simpatia por quem
se amou. Essa reunião pouco importa aos Espíritos, mas é útil aos homens:
as lembranças ficam concentradas num só lugar.

326 A alma, ao entrar na vida espiritual, é sensível às homenagens
prestadas aos seus despojos mortais?
– Quando o Espírito já atingiu um certo grau de perfeição, não possui
mais vaidade terrestre e compreende a futilidade de todas as coisas. Porém,
ficai sabendo, há Espíritos que, no primeiro momento de seu
desencarne, sentem um grande prazer pelas homenagens que lhes prestam,
ou se aborrecem com a falta de atenção ao seu corpo físico; isso
porque ainda conservam alguns preconceitos da Terra.

327 O Espírito assiste ao enterro de seu corpo?
– Ele o assiste muito freqüentemente; mas, algumas vezes, se ainda
estiver perturbado, não se dá conta do que se passa.

327 a Ele fica lisonjeado com a concorrência de assistentes ao
seu enterro?
– Mais ou menos, de acordo com o sentimento que eles tenham.

328 O Espírito daquele que acaba de morrer assiste às reuniões
de seus herdeiros?
– Quase sempre; isso lhe é permitido para sua própria instrução e
para castigo dos culpados. O Espírito julga nessa hora o valor das manifestações
honrosas que lhe faziam. Todos os sentimentos dos herdeiros
se tornam claros como são de fato, e a decepção que sente ao ver a
cobiça daqueles que partilham seus bens o esclarece quanto a esses
sentimentos. Porém, a vez deles chegará igualmente.

329 O respeito instintivo que o homem, em todos os tempos e em
todos os povos, tem pelos mortos é o efeito da intuição de uma vida
futura?
– É a conseqüência natural dessa intuição; sem isso, esse respeito
não teria sentido.

330 Os Espíritos conhecem a época em que reencarnarão?
– Eles a pressentem, assim como um cego sente o fogo quando dele
se aproxima. Sabem que devem retornar a um corpo como sabeis que um
dia deveis morrer, mas não sabem quando isso vai acontecer. (Veja, nesta
obra, a questão 166.)

330 a A reencarnação é, então, uma necessidade da vida espírita,
assim como a morte é uma necessidade da vida corporal?
– Certamente. É exatamente assim.