sábado, 12 de dezembro de 2009

Serie de perguntas e respostas n55

811 A igualdade absoluta das riquezas é possível e alguma vez
já existiu?
– Não, ela não é possível. A diversidade das faculdades e do caráter
entre os homens se opõe a essa igualdade.

811 a Entretanto, há homens que acreditam que aí está o remédio
para os males da sociedade; que dizeis disso?
– São posições sistemáticas ou ambições ciumentas; eles não compreendem
que a igualdade com que sonham seria logo rompida pela força
das coisas. Combatei o egoísmo, que é a vossa praga social, e não procureis
fantasias.

812 Se a igualdade das riquezas não é possível, ocorre o mesmo
com o bem-estar?
– Não, porque o bem-estar é relativo e cada um poderia dele desfrutar,
se o entendesse bem, já que o verdadeiro bem-estar é empregar o
tempo ao seu gosto e não em trabalhos para os quais não se sente nenhum
prazer; e como cada um tem aptidões diferentes, não haveria nenhum
trabalho útil por fazer. O equilíbrio existe em tudo, é o homem que quer
alterá-lo.

812 a Os homens poderão se entender?
– Os homens se entenderão quando praticarem a lei da justiça.

813 Há pessoas que passam privação e miséria por sua culpa; a
sociedade pode ser responsável por isso?
– Sim, já o dissemos: ela é muitas vezes a principal causa dessas
situações; aliás, não é de sua responsabilidade cuidar da educação moral
dos seus membros? É, muitas vezes, a má-educação que os levou a falsear
o julgamento em vez de sufocar neles as tendências nocivas. (Veja a
questão 685.)

PROVAS DE RIQUEZA E DE MISÉRIA
814 Por que Deus deu a uns riquezas e poder e a outros a miséria?
– Para experimentar cada um de maneiras diferentes. Aliás, vós já o
sabeis, essas provas foram os próprios Espíritos que escolheram e, muitas
vezes, nelas fracassam.

815 Qual das duas provas é a mais terrível para o homem, a
miséria ou a riqueza?
– Tanto uma como outra; a miséria provoca a lamentação contra a
Providência; a riqueza estimula todos os excessos.

816 Se o rico tem mais tentações, não tem também mais meios
de fazer o bem?
– É justamente o que nem sempre faz; torna-se egoísta, orgulhoso e
insaciável. Suas necessidades aumentam com a riqueza e ele acredita
nunca ter o suficiente.

IGUALDADE DOS DIREITOS DO
HOMEM E DA MULHER
817 O homem e a mulher são iguais diante de Deus e têm os
mesmos direitos?
– Sim; Deus deu a ambos a compreensão do bem e do mal e a
capacidade de progredir.

818 De onde vem a inferioridade moral da mulher em alguns
países?
– Do domínio injusto e cruel que o homem impôs sobre ela. É um
resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza.
Para os homens pouco avançados, do ponto de vista moral, a força faz o
direito.

819 Com que objetivo a mulher é mais fraca fisicamente do que o
homem?
– Para assinalar suas funções diferenciadas e particulares. Ao homem
cabem os trabalhos rudes, por ser mais forte; à mulher, os trabalhos mais
leves, e ambos devem se ajudar mutuamente nas provas da vida.

820 A fraqueza física da mulher não a coloca naturalmente sob a
dependência do homem?
– Deus deu a uns a força para proteger o fraco, e não para que lhes
imponham seu domínio.

821 As funções às quais a mulher é destinada pela natureza têm
importância tão grande quanto as do homem?
– Sim, e até maiores; é ela quem dá ao homem as primeiras noções
da vida.

822 Ambos, sendo iguais diante da lei de Deus, devem ser também
diante da lei dos homens?
– É o primeiro princípio de justiça: não façais aos outros o que não
quereis que vos façam.

822 a Assim, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve
consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher?
– De direitos, sim; de funções, não. É preciso que cada um esteja no
seu devido lugar; que o homem se ocupe do exterior e a mulher do interior,
cada um de acordo com sua aptidão. A lei humana, para ser justa, deve
consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher; todo privilégio
concedido a um ou a outro é contrário à justiça. A emancipação da mulher
segue o progresso da civilização, sua subjugação marcha com a barbárie.
Os sexos, aliás, existem apenas no corpo físico; uma vez que os Espíritos
podem encarnar em um ou outro, não há diferença entre eles nesse aspecto
e, conseqüentemente, devem desfrutar dos mesmos direitos.

IGUALDADE DIANTE DO TÚMULO
823 De onde vem o desejo do homem de perpetuar sua memória
com monumentos fúnebres?
– Último ato de orgulho.

823 a Mas a suntuosidade dos monumentos fúnebres, muitas
vezes, não é feita pelos parentes que desejam honrar a memória do
falecido e não pelo próprio falecido?
– Orgulho dos parentes que desejam glorificar a si mesmos. Nem
sempre é pelo morto que se fazem todas essas demonstrações: é por
amor-próprio, pelo mundo e para ostentar riqueza. Acreditais que a lembrança
de um ser querido seja menos durável no coração do pobre, porque
só pode colocar uma flor no túmulo do seu parente? Acreditais que o
mármore salva do esquecimento aquele que foi inútil na Terra?

824 Reprovais de modo absoluto a pompa dos funerais?
– Não; quando honram a memória de um homem de bem, é justa e
um bom exemplo.

825 Há posições no mundo em que o homem pode se vangloriar
de desfrutar de liberdade absoluta?
– Não, porque todos necessitam uns dos outros, tanto os pequenos
quanto os grandes.