terça-feira, 24 de novembro de 2009

Serie de perguntas e respostas n40

586 As plantas têm consciência de sua existência?
– Não; elas não pensam, têm apenas a vida orgânica.

587 As plantas têm sensações? Elas sofrem quando são mutiladas?
– As plantas recebem impressões físicas que agem sobre a
matéria, mas não têm percepções e, portanto, não têm a sensação da dor.

588 A força que atrai as plantas umas às outras é independente
de sua vontade?
– Sim, uma vez que não pensam. É uma força mecânica da matéria
agindo sobre a matéria; elas não poderiam se opor a isso.

589 Algumas plantas, como a sensitiva e a dionéia3, por exemplo,
têm movimentos que demonstram uma grande sensibilidade e
em alguns casos uma espécie de vontade. A dionéia, cujos lóbuloscapturam a mosca que nela pousa, parece preparar uma armadilha
para matá-la. Essas plantas são dotadas da faculdade de pensar?
Têm uma vontade e formam uma classe intermediária entre a natureza
vegetal e a natureza animal? São uma transição de uma para a
outra?
– Tudo é uma transição na natureza, pelo próprio fato de que nada é
semelhante e que, entretanto, tudo se liga. As plantas não pensam e, por
conseguinte, não têm vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos4
não pensam: há neles apenas um instinto cego e natural.

590 As plantas têm, como os animais, um instinto de conservação
que as leva a procurar o que lhes pode ser útil e a fugir do que as
pode prejudicar?
– Sim, têm, pode-se dizer, uma espécie de instinto, isso dependendo
da extensão que se dá a essa palavra; mas é um instinto puramente mecânico.
Quando, nas operações de química, vedes dois corpos se reunirem,
é porque se ajustam, ou seja, há afinidade entre eles; mas não chamais
isso de instinto.

591 Nos mundos superiores as plantas são, como os outros seres,
de uma natureza mais perfeita?
– Tudo é mais perfeito; mas nesses mundos superiores as plantas
são sempre plantas, os animais são sempre animais e os homens, sempre
homens.

OS ANIMAIS E O HOMEM
592 Se compararmos o homem e os animais sob o ponto de vista
da inteligência, a linha de demarcação parece difícil de se estabelecer,
porque alguns animais têm, sob esse aspecto, uma superioridade
notória sobre alguns homens. Essa linha pode ser estabelecida de
uma maneira precisa?
– Sobre esse ponto vossos filósofos não estão de acordo em quase
nada: uns querem que o homem seja um animal e outros que o animal
seja um homem; todos estão errados. O homem é um ser à parte que des-
ce muito baixo algumas vezes, ou que pode se elevar bem alto. Fisicamente
o homem é como os animais, e até menos dotado que muitos
deles; a natureza deu aos animais tudo o que o homem é obrigado a
inventar com sua inteligência para satisfazer suas necessidades e sua
conservação. É verdade que seu corpo se destrói como o dos animais,
mas seu Espírito tem uma destinação que somente ele pode compreender,
porque apenas o homem é completamente livre. Pobres homens que
vos rebaixais além da brutalidade! Não sabeis vos distinguir? Reconhecei
o homem pelo sentimento que ele tem da existência de Deus.

593 Pode-se dizer que os animais agem apenas por instinto?
– Ainda assim é um sistema. É bem verdade que o instinto domina na
maioria dos animais, mas não vedes que muitos agem com uma vontade
determinada? É inteligência, porém limitada.

594 Os animais têm uma linguagem?
– Uma linguagem formada de palavras e de sílabas, não; mas de um
meio de se comunicarem entre eles, sim. Dizem muito mais coisas do que
acreditais; mas sua linguagem é limitada às suas necessidades, como
suas idéias.

594 a Há animais que não têm voz; ao que parece esses não têm
linguagem?
– Eles se compreendem por outros meios. Vós, homens, tendes apenas
as palavras para se comunicarem? E os mudos, que dizeis deles? Os
animais, sendo dotados da vida de relação, têm meios de se informar e de
exprimir as suas sensações. Acreditais que os peixes não se entendem
entre si? O homem não tem o privilégio exclusivo da linguagem; embora a
dos animais seja instintiva e limitada ao círculo de suas necessidades e
idéias, enquanto a do homem é passível de ser aperfeiçoada e se presta a
todas as concepções de sua inteligência.

595 Os animais têm o livre-arbítrio de seus atos?
– Eles não são simples máquinas, como se pode supor; mas sua
liberdade de ação é limitada às suas necessidades e não se pode comparar
à do homem. Sendo muito inferiores ao homem, não têm os mesmos
deveres. Sua liberdade é restrita aos atos da vida material.

596 De onde vem a aptidão de alguns animais em imitar a linguagem
do homem e por que essa aptidão se encontra mais nos pássaros
do que no macaco, por exemplo, cuja conformação tem mais semelhança
com o homem?
– É pela conformação particular dos órgãos da voz, favorecida pelo instinto
de imitação; o macaco imita os gestos, alguns pássaros imitam a voz.

597 Se os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa
liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria?
– Sim, e que sobrevive ao corpo.

597 a Esse princípio é uma alma semelhante à do homem?
– É também uma alma, se quiserdes, depende do sentido que se dá
a essa palavra; mas é inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e
a do homem tanta distância quanto há entre a alma do homem e Deus.

598 A alma dos animais conserva, após a morte, sua individualidade
e a consciência de si mesma?
– Sua individualidade, sim, mas não a consciência de seu eu. A vida
inteligente continua no estado latente7.

599 A alma dos animais tem a escolha de encarnar em um animal
em vez de outro?
– Não; ela não tem o livre-arbítrio.

600 A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, estará, depois da
morte, na erraticidade, como a do homem?
– É uma espécie de erraticidade, uma vez que não está mais unida ao
corpo, mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que
pensa e age de acordo com sua livre vontade; o dos animais não tem a
mesma faculdade. A consciência de si mesmo é o que constitui o atributo
principal do Espírito. O espírito do animal é classificado após sua morte
pelos Espíritos a quem compete essa tarefa e quase imediatamente utilizado;
não há tempo de se colocar em relação com outras criaturas.

Serie de perguntas e respostas n40

586 As plantas têm consciência de sua existência?
– Não; elas não pensam, têm apenas a vida orgânica.

587 As plantas têm sensações? Elas sofrem quando são mutiladas?
– As plantas recebem impressões físicas que agem sobre a
matéria, mas não têm percepções e, portanto, não têm a sensação da dor.

588 A força que atrai as plantas umas às outras é independente
de sua vontade?
– Sim, uma vez que não pensam. É uma força mecânica da matéria
agindo sobre a matéria; elas não poderiam se opor a isso.

589 Algumas plantas, como a sensitiva e a dionéia3, por exemplo,
têm movimentos que demonstram uma grande sensibilidade e
em alguns casos uma espécie de vontade. A dionéia, cujos lóbuloscapturam a mosca que nela pousa, parece preparar uma armadilha
para matá-la. Essas plantas são dotadas da faculdade de pensar?
Têm uma vontade e formam uma classe intermediária entre a natureza
vegetal e a natureza animal? São uma transição de uma para a
outra?
– Tudo é uma transição na natureza, pelo próprio fato de que nada é
semelhante e que, entretanto, tudo se liga. As plantas não pensam e, por
conseguinte, não têm vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos4
não pensam: há neles apenas um instinto cego e natural.

590 As plantas têm, como os animais, um instinto de conservação
que as leva a procurar o que lhes pode ser útil e a fugir do que as
pode prejudicar?
– Sim, têm, pode-se dizer, uma espécie de instinto, isso dependendo
da extensão que se dá a essa palavra; mas é um instinto puramente mecânico.
Quando, nas operações de química, vedes dois corpos se reunirem,
é porque se ajustam, ou seja, há afinidade entre eles; mas não chamais
isso de instinto.

591 Nos mundos superiores as plantas são, como os outros seres,
de uma natureza mais perfeita?
– Tudo é mais perfeito; mas nesses mundos superiores as plantas
são sempre plantas, os animais são sempre animais e os homens, sempre
homens.

OS ANIMAIS E O HOMEM
592 Se compararmos o homem e os animais sob o ponto de vista
da inteligência, a linha de demarcação parece difícil de se estabelecer,
porque alguns animais têm, sob esse aspecto, uma superioridade
notória sobre alguns homens. Essa linha pode ser estabelecida de
uma maneira precisa?
– Sobre esse ponto vossos filósofos não estão de acordo em quase
nada: uns querem que o homem seja um animal e outros que o animal
seja um homem; todos estão errados. O homem é um ser à parte que des-
ce muito baixo algumas vezes, ou que pode se elevar bem alto. Fisicamente
o homem é como os animais, e até menos dotado que muitos
deles; a natureza deu aos animais tudo o que o homem é obrigado a
inventar com sua inteligência para satisfazer suas necessidades e sua
conservação. É verdade que seu corpo se destrói como o dos animais,
mas seu Espírito tem uma destinação que somente ele pode compreender,
porque apenas o homem é completamente livre. Pobres homens que
vos rebaixais além da brutalidade! Não sabeis vos distinguir? Reconhecei
o homem pelo sentimento que ele tem da existência de Deus.

593 Pode-se dizer que os animais agem apenas por instinto?
– Ainda assim é um sistema. É bem verdade que o instinto domina na
maioria dos animais, mas não vedes que muitos agem com uma vontade
determinada? É inteligência, porém limitada.

594 Os animais têm uma linguagem?
– Uma linguagem formada de palavras e de sílabas, não; mas de um
meio de se comunicarem entre eles, sim. Dizem muito mais coisas do que
acreditais; mas sua linguagem é limitada às suas necessidades, como
suas idéias.

594 a Há animais que não têm voz; ao que parece esses não têm
linguagem?
– Eles se compreendem por outros meios. Vós, homens, tendes apenas
as palavras para se comunicarem? E os mudos, que dizeis deles? Os
animais, sendo dotados da vida de relação, têm meios de se informar e de
exprimir as suas sensações. Acreditais que os peixes não se entendem
entre si? O homem não tem o privilégio exclusivo da linguagem; embora a
dos animais seja instintiva e limitada ao círculo de suas necessidades e
idéias, enquanto a do homem é passível de ser aperfeiçoada e se presta a
todas as concepções de sua inteligência.

595 Os animais têm o livre-arbítrio de seus atos?
– Eles não são simples máquinas, como se pode supor; mas sua
liberdade de ação é limitada às suas necessidades e não se pode comparar
à do homem. Sendo muito inferiores ao homem, não têm os mesmos
deveres. Sua liberdade é restrita aos atos da vida material.

596 De onde vem a aptidão de alguns animais em imitar a linguagem
do homem e por que essa aptidão se encontra mais nos pássaros
do que no macaco, por exemplo, cuja conformação tem mais semelhança
com o homem?
– É pela conformação particular dos órgãos da voz, favorecida pelo instinto
de imitação; o macaco imita os gestos, alguns pássaros imitam a voz.

597 Se os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa
liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria?
– Sim, e que sobrevive ao corpo.

597 a Esse princípio é uma alma semelhante à do homem?
– É também uma alma, se quiserdes, depende do sentido que se dá
a essa palavra; mas é inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e
a do homem tanta distância quanto há entre a alma do homem e Deus.

598 A alma dos animais conserva, após a morte, sua individualidade
e a consciência de si mesma?
– Sua individualidade, sim, mas não a consciência de seu eu. A vida
inteligente continua no estado latente7.

599 A alma dos animais tem a escolha de encarnar em um animal
em vez de outro?
– Não; ela não tem o livre-arbítrio.

600 A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, estará, depois da
morte, na erraticidade, como a do homem?
– É uma espécie de erraticidade, uma vez que não está mais unida ao
corpo, mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que
pensa e age de acordo com sua livre vontade; o dos animais não tem a
mesma faculdade. A consciência de si mesmo é o que constitui o atributo
principal do Espírito. O espírito do animal é classificado após sua morte
pelos Espíritos a quem compete essa tarefa e quase imediatamente utilizado;
não há tempo de se colocar em relação com outras criaturas.