quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Oitava serie de perguntas e respostas

106 Sexta classe. Espíritos Batedores e Perturbadores – Estes Espíritos
não formam, propriamente falando, uma classe distinta quanto às
qualidades pessoais, podendo pertencer a todas as classes da terceira
ordem. Manifestam, freqüentemente, sua presença por efeitos sensíveis e
físicos, como pancadas, o movimento e o deslocamento anormal dos
corpos sólidos, a agitação do ar, etc. Parecem estar ainda, mais do que
outros, ligados à matéria e ser os agentes principais das variações e transformações
das forças e elementos da natureza no globo, seja ao atuarem
sobre o ar, a água, o fogo, os corpos duros ou nas entranhas da terra.
Reconhece-se que esses fenômenos não se originam de uma causa imprevista
e física, quando têm um caráter intencional e inteligente. Todos os
Espíritos podem produzir esses fenômenos, mas os de ordem elevada
os deixam, geralmente, como atribuições dos subalternos, mais aptos
às coisas materiais do que às da inteligência. Quando julgam que essas
manifestações são úteis, servem-se dos Espíritos dessa classe como seus
auxiliares.
SEGUNDA ORDEM . BONS ESPÍRITOS
107 Características gerais– Predominância do Espírito sobre a matéria;
desejo do bem. Suas qualidades e poder para fazer o bem estão em
conformidade com o grau que alcançaram. Uns têm a ciência; outros, a
sabedoria e a bondade. Os mais adiantados reúnem o saber às qualidades
morais. Não estando ainda completamente desmaterializados,
conservam mais ou menos, de acordo com sua categoria, os traços da
existência corporal, tanto na forma da linguagem quanto nos costumes,
entre os quais se identificam algumas de suas manias. Não fosse por isso,
seriam Espíritos perfeitos.
Compreendem Deus e o infinito e já gozam da felicidade dos bons;
são felizes pelo bem que fazem e pelo mal que impedem. O amor que os
une é uma fonte de felicidade indescritível que não é alterada pela inveja,
pelo remorso, nem por nenhuma das más paixões que fazem o tormento
dos Espíritos imperfeitos. Mas todos ainda têm que passar por provas até
que atinjam a perfeição absoluta.
Como Espíritos, sugerem bons pensamentos, desviam os homens do
caminho do mal, protegem a vida daqueles que se tornam dignos e neutralizam
a influência dos Espíritos imperfeitos sobre os que não têm por
que passar por ela.
Quando encarnados são bons e benevolentes com os seus semelhantes.
Não são movidos pelo orgulho, egoísmo, nem ambição. Não sentem
ódio, rancor, inveja ou ciúme e fazem o bem pelo bem.
A esta ordem pertencem os Espíritos designados nas crenças populares
pelos nomes de gênios bons, gênios protetores, Espíritos do bem.
Nos tempos de superstições e ignorância, foram tidos como divindades
benfazejas.
Pode-se dividi-los em quatro grupos principais:
108 Quinta classe. Espíritos Benevolentes – Sua qualidade dominante
é a bondade; satisfazem-se em prestar serviços aos homens e em
protegê-los, mas seu saber é limitado. Seu progresso é maior no sentido
moral do que no intelectual.
109 Quarta classe. Espíritos Prudentes ou Sábios – O que os distingue
especialmente é a abrangência de seus conhecimentos. Preocupam-se menos
com as questões morais do que com as científicas, para as quais têm
mais aptidão. Mas consideram a ciência somente do ponto de vista da utilidade,
livre das paixões que são próprias dos Espíritos imperfeitos.
110 Terceira classe. Espíritos de Sabedoria – As qualidades morais
do mais elevado grau formam seu caráter. Sem ter conhecimentos ilimitados,
são dotados de uma capacidade intelectual que lhes dá um julgamento
preciso e sábio sobre os homens e as coisas.
111 Segunda classe. Espíritos Superiores – Reúnem a ciência, a sabedoria
e a bondade. Sua linguagem revela sempre a benevolência e é
constantemente digna, elevada, muitas vezes sublime. Sua superioridade
os torna mais aptos que os outros para nos dar noções mais justas sobre
as coisas do mundo incorpóreo, dentro dos limites do que é permitido ao
homem conhecer. Comunicam-se benevolentemente com os que procuram
de boa-fé a verdade e que têm a alma já liberta dos laços terrestres
para compreendê-la. Mas se afastam dos que são movidos apenas pela
curiosidade ou dos que a influência da matéria desvia da prática do bem.
Quando, por exceção, encarnam na Terra, é para realizar uma missão
de progresso e nos oferecem, então, o modelo de perfeição a que a humanidade
pode aspirar neste mundo.

PRIMEIRA ORDEM . ESPÍRITOS PUROS
112 Características gerais– Não sofrem nenhuma influência da matéria.
Superioridade intelectual e moral absoluta em relação aos Espíritos
das outras ordens.
113 Primeira classe. Classe Única– Passaram por todos os graus da
escala e se libertaram de todas as impurezas da matéria. Tendo atingido o
mais elevado grau de perfeição de que é capaz a criatura, não têm mais
que sofrer provas nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação
em corpos perecíveis, a vida é para eles eterna e a desfrutam no seio
de Deus.
Gozam de uma felicidade inalterável por não estarem sujeitos nem às
necessidades, nem às variações e transformações da vida material. Mas
essa felicidade não é de uma ociosidade monótona passada numa contemplação
perpétua. São os mensageiros e ministros de Deus, cujas ordens
executam para a manutenção da harmonia universal. Comandam
todos os Espíritos que lhes são inferiores, ajudando-os a se aperfeiçoarem
e lhes designam missões. Assistir os homens em suas aflições, incitá-los
ao bem ou à expiação das faltas que os afastam da felicidade suprema é
para eles uma agradabilíssima ocupação. São chamados, às vezes, de
anjos, arcanjos ou serafins.
Os homens podem entrar em comunicação com eles, mas presunçoso
seria aquele que pretendesse tê-los constantemente às suas ordens.

PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS
114 Os Espíritos são bons ou maus por natureza ou são eles
mesmos que se melhoram?
– São os próprios Espíritos que se melhoram, passando de uma ordem
inferior para uma ordem superior.
115 Dentre os Espíritos, alguns foram criados bons e outros maus?
– Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem
conhecimento. Deu a cada um uma missão com o objetivo de esclarecêlos
e de fazê-los chegar, progressivamente, à perfeição pelo conhecimento
da verdade e para aproximá-los de Si. A felicidade eterna e pura é para
os que alcançam essa perfeição. Os Espíritos adquirem esses conhecimentos
ao passar pelas provas que a Lei Divina lhes impõe. Uns aceitam
essas provas com submissão e chegam mais depressa ao objetivo que
lhes é destinado. Outros somente as suportam com lamentação e por
causa dessa falta permanecem mais tempo afastados da perfeição e da
felicidade prometida.

115 a Assim sendo, os Espíritos seriam em sua origem semelhantes
às crianças, ignorantes e sem experiência, só adquirindo pouco a
pouco os conhecimentos que lhes faltam ao percorrer as diferentes fases
da vida?
– Sim, a comparação é boa. A criança rebelde permanece ignorante e
imperfeita, tem maior ou menor aproveitamento segundo sua docilidade.
Porém, a vida do homem tem um limite, um fim, enquanto a dos Espíritos
se estende ao infinito.

116 Há Espíritos que permanecerão perpetuamente nas classes
inferiores?
– Não, todos se tornarão perfeitos. Eles progridem, mas demoradamente.
Como já dissemos, um pai justo e misericordioso não pode banir
eternamente seus filhos. Pretenderíeis que Deus, tão grande, tão bom, tão
justo, fosse pior do que vós mesmos?

117 Depende dos Espíritos apressar seu progresso para a
perfeição?
– Certamente. Chegam mais ou menos rapidamente conforme seu
desejo e submissão à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui
mais rapidamente do que uma criança rebelde?

118 Os Espíritos podem se degenerar?
– Não; à medida que avançam, compreendem o que os afasta da
perfeição. Quando o Espírito acaba uma prova, fica com o conhecimento
que adquiriu e não o esquece mais. Pode ficar estacionário, mas retroceder,
não retrocede.

119 Deus não poderia isentar os Espíritos das provas que devem
sofrer para atingir a primeira ordem?
– Se tivessem sido criados perfeitos, não teriam nenhum mérito para
desfrutar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o mérito sem a
luta? Além do mais, a desigualdade entre eles é necessária para desenvolver
a personalidade, e a missão que realizam nessas diferentes ordens
está nos desígnios da Providência para a harmonia do universo.

120 Todos os Espíritos passam pelo mal para chegar ao bem?
– Pelo mal, não, mas sim pela fieira5 da ignorância.