sábado, 21 de novembro de 2009

Serie de perguntas e respostas n37

OS ESPÍRITOS DURANTE OS COMBATES
541 Durante uma batalha há Espíritos que assistem e sustentam
cada lado?
– Sim, e que estimulam a coragem de ambos os lados.

542 Numa guerra, a justiça está sempre de um lado; como é que
os Espíritos tomam partido por aquele que errou?
– Sabeis bem que há Espíritos que procuram apenas discórdia e destruição;
para eles, guerra é guerra: a justiça da causa pouco os preocupa.

543 Alguns Espíritos podem influenciar o general na concepção
dos seus planos de campanha?
– Sem dúvida nenhuma. Os Espíritos podem influenciar nesse sentido,
como em todas as concepções.

544 Os maus Espíritos poderiam inspirar a um general um plano
errôneo para levá-lo à derrota?
– Sim; mas ele não tem seu livre-arbítrio? Se seu julgamento não permite
distinguir uma idéia justa de uma falsa, sofrerá as conseqüências disso,
e faria melhor obedecer do que comandar.

545 O general pode, algumas vezes, ser guiado por uma espécie
de segunda vista, uma vista intuitiva que lhe mostra antecipadamente
o resultado de sua estratégia?
– É muitas vezes assim que ocorre com o homem de gênio. É o que
ele chama inspiração e faz com que aja com uma espécie de certeza.
Essa inspiração vem dos Espíritos que o dirigem e se servem das faculdades
de que é dotado.

546 No tumulto do combate, o que acontece com os Espíritos
que morrem? Ainda se interessam pela luta após a morte?
– Alguns se interessam; outros se afastam.

547 Após a morte, os Espíritos que se combatiam enquanto vivos
se reconhecem por inimigos e ainda lutam uns contra os outros?
– O Espírito nessas horas nunca está calmo; no primeiro momento ainda
pode odiar seu inimigo e até mesmo persegui-lo, mas quando as idéias
lhe retornam vê que seu ódio não tem mais objetivo; entretanto, ainda pode
conservar traços dessas idéias mais ou menos fortes, conforme seu caráter.

547 a Percebe ainda o rumor da batalha?
– Sim, perfeitamente.

548 O Espírito que assiste com sangue-frio a um combate, como
espectador, testemunha a separação da alma e do corpo. Como esse
fenômeno se apresenta a ele?
– Há poucas mortes instantâneas. Quase sempre, o Espírito cujo corpo
vem a ser mortalmente ferido não tem consciência disso no momento.
Quando começa a reconhecer sua condição é que pode distinguir o Espírito
a mover-se ao lado do cadáver; isso parece tão natural que a visão do
corpo morto não lhe causa nenhum efeito desagradável. Como a essência
da vida está toda concentrada no Espírito, só ele atrai a atenção; é com ele
que conversa, ou a ele que se dirige.

PACTOS
549 Há alguma coisa de verdadeiro nos pactos com maus Espíritos?
– Não, não há pactos. O que há é uma má natureza que simpatiza
com os maus Espíritos. Por exemplo: quereis atormentar vosso vizinho e
não sabeis como fazê-lo; então, chamais os Espíritos inferiores que, como
vós, querem apenas o mal. E para vos ajudar querem também ser servidos
nos seus maus propósitos. Mas não se segue daí que vosso vizinho
não possa se livrar deles por meio de uma ação contrária e por sua vontade.
Aquele que quer cometer uma má ação atrai, pelo simples fato de
querer, os maus Espíritos para o auxiliar; então, fica obrigado a servi-los
por sua vez, porque eles também têm necessidade dele para o mal que
queiram fazer. É somente nisso que consiste o pacto.

550 Qual o sentido das lendas fantásticas em que os indivíduos
teriam vendido sua alma a Satanás para obter favores?
– Todas as fábulas encerram um ensinamento e um sentido moral. O erro
é tomá-las ao pé da letra. Essa é uma lenda que se pode explicar assim:
aquele que chama em sua ajuda os Espíritos para obter os dons da riqueza ou
qualquer outro favor rebela-se contra a Providência, renuncia à missão que
recebeu e às provas por que precisa passar na Terra e sofrerá as conseqüências
na vida futura. Isso não significa que sua alma esteja sempre condenada
ao sofrimento. Mas, se em vez de se libertar da matéria, a ela se liga cada vez
mais, o que foi para ele uma alegria na Terra não o será no mundo dos Espíritos
até que tenha resgatado a sua falta por novas provas, talvez maiores e
mais difíceis. Por seu apego aos prazeres materiais, coloca-se sob a dependência
dos Espíritos impuros. Fica assim estabelecido entre ambos um pacto
tácito que o conduz à perdição, mas que é sempre fácil de romper com a
assistência dos bons Espíritos, se para isso tiver vontade firme.

PODER OCULTO. TALISMÃS. FEITICEIROS
551 Pode um homem mau, com a ajuda de um mau Espírito que
lhe é devotado, fazer o mal a seu próximo?
– Não. A Lei de Deus não o permite.

552 O que pensar da crença no poder que certas pessoas teriam
de enfeitiçar?
– Algumas pessoas têm um poder magnético muito grande do qual
podem fazer mau uso se seu próprio Espírito é mau e, nesse caso, podem
ser ajudadas por outros maus Espíritos. Entretanto, não acrediteis nesse
pretenso poder mágico que está apenas na imaginação das pessoas supersticiosas,
ignorantes das verdadeiras leis da natureza. Os fatos que
citam para comprovar o seu poder são fatos naturais mal observados e,
principalmente, mal compreendidos.

553 Qual pode ser o efeito das fórmulas e práticas com que algumas
pessoas pretendem dispor da cooperação dos Espíritos?
– É o efeito de torná-las ridículas se forem pessoas de boa-fé. Caso
contrário, são patifes que merecem castigo. Todas as fórmulas são enganosas;
não há nenhuma palavra sacramental, nenhum sinal cabalístico,
nenhum talismã que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porque eles
são atraídos somente pelo pensamento e não pelas coisas materiais.

553 a Alguns Espíritos não têm, às vezes, ditado fórmulas cabalísticas?
– Sim, há Espíritos que indicam sinais, palavras esquisitas ou prescrevem
alguns atos com a ajuda dos quais fazeis o que chamais de tramas
secretas; mas ficais bem certos: são Espíritos que zombam e abusam de
vossa credulidade.

554 Aquele que, errado ou certo, tem confiança no que chama
virtude de um talismã, não pode por essa própria confiança atrair um
Espírito, já que é o pensamento que age? O talismã não será apenas
um sinal que ajuda a dirigir o pensamento?
– É verdade; mas a natureza do Espírito atraído depende da pureza da
intenção e da elevação dos sentimentos; portanto, devemos crer que aquele
que é tão simples para acreditar na virtude de um talismã não tenha um
objetivo mais material do que moral. Além do mais, em todos os casos,
isso indica uma inferioridade e fraqueza de idéias que o expõem aos Espíritos
imperfeitos e zombeteiros.

555 Que sentido se deve dar à qualificação de feiticeiro?
– Aqueles que chamais feiticeiros são pessoas, quando de boa-fé,
dotadas de algumas faculdades, como o poder magnético ou a dupla
vista. Então, como fazem coisas que não compreendeis, acreditais que
são dotados de um poder sobrenatural. Vossos sábios, freqüentemente,
têm passado por feiticeiros aos olhos das pessoas ignorantes.