quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Serie de perguntas e respostas n34

496 O Espírito que abandona seu protegido, não lhe fazendo mais
o bem, pode lhe fazer o mal?
– Os bons Espíritos nunca fazem o mal; deixam que o façam os que
tomam o seu lugar. Acusais, então, a sorte pelas infelicidades que vos
acontecem, quando a culpa é vossa.

497 O Espírito protetor pode deixar seu protegido sob a dependência
de um Espírito que poderia lhe querer o mal?
– Os maus Espíritos se unem para neutralizar a ação dos bons. Se o
protegido quiser, receberá toda a força de seu bom Espírito. O bom Espírito
encontra, em algum lugar, uma boa vontade para ajudar; aproveita-se
disso enquanto espera retornar para junto do seu protegido.

498 Quando o Espírito protetor deixa seu protegido se transviar
no caminho, é por sua incapacidade na luta contra outros Espíritos
maldosos?
– Não. Não é porque ele não possa impedir, mas porque não quer.
Isso faz seu protegido sair das provas mais perfeito e instruído; ele o assiste
com seus conselhos, pelos bons pensamentos que lhe sugere, mas, infelizmente,
nem sempre são escutados. Somente a fraqueza, a negligência
ou orgulho do homem é que dão força aos maus Espíritos; o poder que
têm sobre vós resulta de não lhes fazer resistência.

499 O Espírito protetor está constantemente com seu protegido?
Não há nenhuma circunstância em que, sem abandoná-lo, o perca de
vista?
– Há circunstâncias em que a presença do Espírito protetor não é
necessária junto de seu protegido.

500 Chega um momento em que o Espírito não tem mais necessidade
de um anjo de guarda?
– Sim, quando atingiu um grau de poder conduzir-se a si mesmo,
como chega o momento para o estudante em que não tem mais necessidade
do mestre; mas isso não sucederá para vós aqui na Terra.

501 Por que a ação dos Espíritos sobre nossa existência é oculta e
por que, quando nos protegem, não o fazem de um maneira ostensiva?
– Se contásseis com o seu apoio, não agiríeis por vós mesmos, e
vosso Espírito não progrediria. Para progredir, vos é preciso experiência e,
muitas vezes, é preciso adquiri-la à própria custa. É preciso que exerça
suas forças; sem isso seria como uma criança a quem não se deixa caminhar
sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre regida
de maneira a não impedir o vosso livre-arbítrio, visto que, se não tiverdes
responsabilidade, não avançareis no caminho que deve conduzir a Deus.
O homem, não vendo quem o ampara, confia em suas próprias forças;
seu guia, entretanto, vela sobre ele e, de tempos em tempos, o adverte
do perigo.

502 O Espírito protetor que consegue conduzir seu protegido no
bom caminho tem alguma recompensa?
– É um mérito que lhe é levado em conta para seu próprio adiantamento
ou para sua felicidade. É feliz quando vê seus esforços coroados de
sucesso; triunfa como um mestre triunfa com o sucesso de seu discípulo.

502 a Ele é responsável se não tiver êxito?
– Não, uma vez que fez o que dependia dele.

503 O Espírito protetor sofre quando vê seu protegido seguir o
mau caminho, apesar de seus conselhos? Isso não é para ele uma
causa de perturbação para sua felicidade?
– Ele sofre com esses erros e o lastima; mas essa aflição não tem as
angústias da paternidade terrestre, porque sabe que há remédio para o
mal, e o que não é feito hoje se fará amanhã.

504 Podemos sempre saber o nome do nosso Espírito protetor
ou anjo de guarda?
– Como quereis saber nomes que não existem para vós? Acreditais
que haverá entre os Espíritos somente aqueles que conhecestes?

504 a Como, então, invocá-lo se não o conhecemos?
– Dai-lhe o nome que quiserdes, de um Espírito Superior pelo qual
tendes simpatia ou veneração; vosso Espírito protetor atenderá ao chamado;
todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem entre si.

505 Os Espíritos protetores que tomam nomes conhecidos são
sempre, realmente, os das pessoas que usaram esses nomes?
– Não, mas dos Espíritos que lhes são simpáticos e que muitas vezes
vêm a seu chamado. Fazeis questão de nomes, então, tomam um que
inspire confiança. Quando não podeis realizar uma missão pessoalmente,
costumais mandar alguém de confiança em vosso nome.

506 Quando estivermos na vida espírita reconheceremos nosso
Espírito protetor?
– Sim. Muitas vezes já o conhecíeis antes da vossa encarnação.

507 Os Espíritos protetores pertencem todos à classe dos Espíritos
Superiores? Pode-se encontrar entre os de classe intermediária?
Um pai, por exemplo, pode tornar-se protetor de seu filho?
– Pode. Mas a proteção supõe um certo grau de elevação e um poder
ou uma virtude concedidos por Deus. O pai que protege seu filho pode,
por sua vez, ser assistido por um Espírito mais elevado.

508 Os Espíritos que deixaram a Terra em boas condições podem
sempre proteger os que amam e que lhes sobrevivem?
– Seu poder é mais ou menos restrito; a posição em que se encontram
não lhes dá toda a liberdade de ação.

509 Os homens no estado selvagem ou de inferioridade moral
têm igualmente seus Espíritos protetores? E, nesse caso, esses Espíritos
são de ordem tão elevada quanto a dos protetores dos homens
mais avançados?
– Cada homem tem um Espírito que vela por ele, mas as missões são
relativas ao seu objetivo. Não dareis a uma criança que começa a aprender
a ler um professor de filosofia. O progresso do Espírito familiar segue
de perto o do Espírito protegido. Tendo vós mesmos um Espírito Superior
que vela por vós, podeis, também, tornar-vos protetor de um Espírito inferior,
e os progressos que o ajudardes a fazer contribuirão para o vosso
adiantamento. Deus não pede ao Espírito mais do que sua natureza comporta
e o grau de elevação a que alcançou.

510 Quando o pai que vela por um filho reencarna, continua a
velar por ele?
– É mais difícil que isso aconteça. Mas, de certa maneira, continua, ao
pedir, num momento de desprendimento, a um Espírito simpático que o
assista nessa missão. Aliás, os Espíritos apenas aceitam missões que podem
cumprir até o fim.
O Espírito encarnado, principalmente nos mundos em que a existência
é material, está muito submetido ao seu corpo para poder ser inteiramente
devotado a um outro Espírito e poder assisti-lo pessoalmente. Eis
por que aqueles que não são suficientemente elevados são assistidos por
Espíritos Superiores, de tal modo que, se um falta por uma causa qualquer,
é substituído por outro.