961 No momento da morte, qual é o sentimento que domina a
maioria dos homens? A dúvida, o medo ou a esperança?
– A dúvida para os descrentes endurecidos, o medo para os culpados,
a esperança para os homens de bem.
962 Por que existem descrentes, uma vez que a alma traz ao
homem o sentimento das coisas espirituais?
– Existem menos do que se acredita; muitos se fazem espíritos fortes
durante a vida por orgulho, mas no momento da morte não são tão fanfarrões.
INTERVENÇÃO DE DEUS NAS
PENALIDADES E RECOMPENSAS
963 Deus se ocupa pessoalmente de cada homem? Ele não é
muito grande e nós muito pequenos para que cada indivíduo em particular
tenha alguma importância aos seus olhos?
– Deus se ocupa de todos os seres que criou, por menores que sejam;
nada é muito pequeno para sua bondade.
964 Deus tem necessidade de se ocupar de cada um de nossos
atos para nos recompensar ou punir, e a maioria desses atos não são
insignificantes para ele?
– Deus tem Suas leis que regem todas as vossas ações. Quando há
violação da lei, a falta é vossa. Sem dúvida, quando um homem comete
um excesso, Deus não pronuncia um julgamento contra ele, para dizer,
por exemplo: “Foste guloso, vou te punir”. Porém, traçou um limite; as
doenças e, freqüentemente, a morte, são conseqüências dos excessos:
eis a punição; ela é o resultado da infração à lei. O mesmo acontece com
todas as coisas.
NATUREZA DAS PENALIDADES E PRAZERES FUTUROS
965 As penalidades e os prazeres da alma após a morte têm
algo de material?
– Elas não podem ser materiais, porque a alma não é matéria: o bom
senso o diz. Essas penalidades e prazeres nada têm de carnal e, entretanto,
são mil vezes mais intensos que aqueles que experimentais na Terra,
porque o Espírito, uma vez liberto do corpo, é mais impressionável; a matéria
não enfraquece mais suas sensações. (Veja as questões 237 e 257).
966 Por que o homem faz das penalidades e dos prazeres da
vida futura uma idéia freqüentemente tão grosseira e absurda?
– É porque sua inteligência ainda não se desenvolveu bastante. A
criança compreende como o adulto? Aliás, também depende daquilo que
lhe ensinaram: eis aí por que há a necessidade de uma reforma.
Vossa linguagem é muito incompleta para exprimir o que existe além
do vosso entendimento; por isso, foi necessário fazer comparações, e são
essas imagens e figuras que tomastes pela realidade; mas, à medida que
o homem se esclarece, seu pensamento compreende as coisas que sua
linguagem não pode exprimir.
967 Em que consiste a felicidade dos bons Espíritos?
– Consiste em conhecer todas as coisas; não ter ódio, ciúme, inveja,
ambição e nenhuma das paixões que fazem a infelicidade dos homens. O
amor que os une é a fonte de uma suprema felicidade. Eles não experimentam
as necessidades e sofrimentos nem as angústias da vida material;
ficam felizes com o bem que fazem. Porém, a felicidade dos Espíritos é
sempre proporcional à sua elevação. Só os Espíritos puros desfrutam, é
bem verdade, da felicidade suprema, mas todos os outros são também
felizes. Entre os maus e os perfeitos existe uma infinidade de graus em que
os prazeres são relativos à condição moral. Aqueles que estão bastante
adiantados compreendem a felicidade dos mais avançados e desejam
igualmente alcançá-la, o que é para eles um motivo de estímulo e não de
ciúme. Sabem que depende deles consegui-la e trabalham para esse fim,
mas com a calma da boa consciência, e são felizes por não sofrerem
como os maus.
968 Colocais a ausência das necessidades materiais entre as
condições de felicidade para os bons Espíritos; mas a satisfação dessas
necessidades não é, para o homem, uma fonte de prazeres?
– Sim, de prazeres selvagens; e quando não podeis satisfazer essas
necessidades, é uma tortura.
969 O que devemos entender quando se diz que os Espíritos puros
estão reunidos no seio de Deus e ocupados em cantar louvores?
– É um modo de dizer, uma simbologia, para fazer entender o que eles
têm das perfeições de Deus, já que O vêem e O compreendem, mas não
a deveis tomar ao pé da letra como fazeis com muitas outras. Tudo na
natureza, desde o grão de areia, canta, ou seja, proclama o poder, a sabedoria
e a bondade de Deus. Não acrediteis que os Espíritos bem-aventurados
vivam em contemplação por toda a eternidade; seria uma felicidade
estúpida e monótona e seria ainda mais, uma felicidade egoísta, uma
vez que sua existência seria uma inutilidade sem fim. Eles não têm mais as
aflições da existência corporal: isso já é um prazer. Aliás, como já dissemos,
conhecem e sabem todas as coisas; empregam útil e proveitosamente
a inteligência que adquiriram para ajudar no progresso dos outros Espíritos:
é sua ocupação e ao mesmo tempo um prazer.
970 Como são os sofrimentos dos Espíritos inferiores?
– São tão variados quanto as causas que os produziram e proporcionais
ao grau de inferioridade, como os prazeres o são para os graus de
superioridade. Podem resumir-se assim: invejar tudo o que lhes falta para
serem felizes e não poderem obtê-lo; ver a felicidade e não poder atingi-la;
desgosto, ciúme, raiva, desespero daquilo que os impede de ser felizes;
remorso, ansiedade moral indefinível. Têm o desejo de todos os prazeres
e não podem satisfazê-los, é o que os tortura.
971 A influência que os Espíritos exercem uns sobre os outros é
sempre boa?
– Sempre boa da parte dos Espíritos bons, sem dúvida. Mas os Espíritos
perversos procuram desviar do caminho do bem e do arrependimento
aqueles que observam ser mais sujeitos de se deixar influenciar e que,
muitas vezes, eles mesmos desviaram para o mal durante a vida corpórea.
971 a Assim, a morte não nos livra da tentação?
– Não; mas a ação que os maus Espíritos exercem sobre os outros
Espíritos é muito menor do que sobre os homens, porque eles não têm
mais o incentivo das paixões materiais. (Veja a questão 996.)
972 Como os maus Espíritos fazem para tentar outros Espíritos,
uma vez que não possuem o auxílio das paixões?
– Se as paixões não existem materialmente, existem no pensamento
dos Espíritos atrasados. Os maus alimentam os pensamentos deles arrastando
suas vítimas para os lugares onde têm o espetáculo dessas paixões
e tudo que pode excitá-las.
972 a Mas por que estimulam essas paixões, uma vez que não
têm mais objetivo real?
– É precisamente para provocar o suplício: o avaro vê o ouro que não
pode possuir; o libertino, orgias das quais não pode fazer parte; o orgulhoso,
honras que inveja e de que não pode desfrutar.
973 Quais são os maiores sofrimentos que podem suportar os
maus Espíritos?
– Não existe descrição possível das torturas morais que são a punição
de certos crimes. Mesmo os que as sofrem teriam dificuldades para
dar uma idéia delas; mas, certamente, a mais horrível é o fato de pensarem
estar condenados para sempre. (Veja a questão 101.)
974 De onde vem a doutrina do fogo eterno?
– É uma imagem, assim como tantas outras tomadas como realidade.
974 a Esse medo não pode resultar em algo bom?
– Reparai que ele não serve de freio nem mesmo para aqueles que o
ensinam. Se ensinais coisas que a razão rejeita mais tarde, fareis surgir
uma situação que não será nem durável nem salutar.
975 Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo?
– Sim, é o que faz seu suplício; porque compreendem que são privados
dela por sua culpa e por essa razão o Espírito, livre da matéria, deseja
ardentemente uma nova existência corporal, porque cada existência pode
abreviar a duração desse suplício, se for bem empregada. É então que faz
a escolha das provas pelas quais poderá reparar suas faltas; porque, sabei,
o Espírito sofre por todo mal que praticou ou de que foi causa voluntária,
por todo bem que poderia ter feito e não fez e pelo mal que resulta do bem
que deixou de fazer. O Espírito no mundo espiritual não tem mais o véu da
matéria. Como se tivesse saído do nevoeiro, ele vê o que causa o seu
afastamento da felicidade; então, sofre mais, porque compreende quanto
foi culpado. Não há mais ilusão: ele vê a realidade das coisas.
maioria dos homens? A dúvida, o medo ou a esperança?
– A dúvida para os descrentes endurecidos, o medo para os culpados,
a esperança para os homens de bem.
962 Por que existem descrentes, uma vez que a alma traz ao
homem o sentimento das coisas espirituais?
– Existem menos do que se acredita; muitos se fazem espíritos fortes
durante a vida por orgulho, mas no momento da morte não são tão fanfarrões.
INTERVENÇÃO DE DEUS NAS
PENALIDADES E RECOMPENSAS
963 Deus se ocupa pessoalmente de cada homem? Ele não é
muito grande e nós muito pequenos para que cada indivíduo em particular
tenha alguma importância aos seus olhos?
– Deus se ocupa de todos os seres que criou, por menores que sejam;
nada é muito pequeno para sua bondade.
964 Deus tem necessidade de se ocupar de cada um de nossos
atos para nos recompensar ou punir, e a maioria desses atos não são
insignificantes para ele?
– Deus tem Suas leis que regem todas as vossas ações. Quando há
violação da lei, a falta é vossa. Sem dúvida, quando um homem comete
um excesso, Deus não pronuncia um julgamento contra ele, para dizer,
por exemplo: “Foste guloso, vou te punir”. Porém, traçou um limite; as
doenças e, freqüentemente, a morte, são conseqüências dos excessos:
eis a punição; ela é o resultado da infração à lei. O mesmo acontece com
todas as coisas.
NATUREZA DAS PENALIDADES E PRAZERES FUTUROS
965 As penalidades e os prazeres da alma após a morte têm
algo de material?
– Elas não podem ser materiais, porque a alma não é matéria: o bom
senso o diz. Essas penalidades e prazeres nada têm de carnal e, entretanto,
são mil vezes mais intensos que aqueles que experimentais na Terra,
porque o Espírito, uma vez liberto do corpo, é mais impressionável; a matéria
não enfraquece mais suas sensações. (Veja as questões 237 e 257).
966 Por que o homem faz das penalidades e dos prazeres da
vida futura uma idéia freqüentemente tão grosseira e absurda?
– É porque sua inteligência ainda não se desenvolveu bastante. A
criança compreende como o adulto? Aliás, também depende daquilo que
lhe ensinaram: eis aí por que há a necessidade de uma reforma.
Vossa linguagem é muito incompleta para exprimir o que existe além
do vosso entendimento; por isso, foi necessário fazer comparações, e são
essas imagens e figuras que tomastes pela realidade; mas, à medida que
o homem se esclarece, seu pensamento compreende as coisas que sua
linguagem não pode exprimir.
967 Em que consiste a felicidade dos bons Espíritos?
– Consiste em conhecer todas as coisas; não ter ódio, ciúme, inveja,
ambição e nenhuma das paixões que fazem a infelicidade dos homens. O
amor que os une é a fonte de uma suprema felicidade. Eles não experimentam
as necessidades e sofrimentos nem as angústias da vida material;
ficam felizes com o bem que fazem. Porém, a felicidade dos Espíritos é
sempre proporcional à sua elevação. Só os Espíritos puros desfrutam, é
bem verdade, da felicidade suprema, mas todos os outros são também
felizes. Entre os maus e os perfeitos existe uma infinidade de graus em que
os prazeres são relativos à condição moral. Aqueles que estão bastante
adiantados compreendem a felicidade dos mais avançados e desejam
igualmente alcançá-la, o que é para eles um motivo de estímulo e não de
ciúme. Sabem que depende deles consegui-la e trabalham para esse fim,
mas com a calma da boa consciência, e são felizes por não sofrerem
como os maus.
968 Colocais a ausência das necessidades materiais entre as
condições de felicidade para os bons Espíritos; mas a satisfação dessas
necessidades não é, para o homem, uma fonte de prazeres?
– Sim, de prazeres selvagens; e quando não podeis satisfazer essas
necessidades, é uma tortura.
969 O que devemos entender quando se diz que os Espíritos puros
estão reunidos no seio de Deus e ocupados em cantar louvores?
– É um modo de dizer, uma simbologia, para fazer entender o que eles
têm das perfeições de Deus, já que O vêem e O compreendem, mas não
a deveis tomar ao pé da letra como fazeis com muitas outras. Tudo na
natureza, desde o grão de areia, canta, ou seja, proclama o poder, a sabedoria
e a bondade de Deus. Não acrediteis que os Espíritos bem-aventurados
vivam em contemplação por toda a eternidade; seria uma felicidade
estúpida e monótona e seria ainda mais, uma felicidade egoísta, uma
vez que sua existência seria uma inutilidade sem fim. Eles não têm mais as
aflições da existência corporal: isso já é um prazer. Aliás, como já dissemos,
conhecem e sabem todas as coisas; empregam útil e proveitosamente
a inteligência que adquiriram para ajudar no progresso dos outros Espíritos:
é sua ocupação e ao mesmo tempo um prazer.
970 Como são os sofrimentos dos Espíritos inferiores?
– São tão variados quanto as causas que os produziram e proporcionais
ao grau de inferioridade, como os prazeres o são para os graus de
superioridade. Podem resumir-se assim: invejar tudo o que lhes falta para
serem felizes e não poderem obtê-lo; ver a felicidade e não poder atingi-la;
desgosto, ciúme, raiva, desespero daquilo que os impede de ser felizes;
remorso, ansiedade moral indefinível. Têm o desejo de todos os prazeres
e não podem satisfazê-los, é o que os tortura.
971 A influência que os Espíritos exercem uns sobre os outros é
sempre boa?
– Sempre boa da parte dos Espíritos bons, sem dúvida. Mas os Espíritos
perversos procuram desviar do caminho do bem e do arrependimento
aqueles que observam ser mais sujeitos de se deixar influenciar e que,
muitas vezes, eles mesmos desviaram para o mal durante a vida corpórea.
971 a Assim, a morte não nos livra da tentação?
– Não; mas a ação que os maus Espíritos exercem sobre os outros
Espíritos é muito menor do que sobre os homens, porque eles não têm
mais o incentivo das paixões materiais. (Veja a questão 996.)
972 Como os maus Espíritos fazem para tentar outros Espíritos,
uma vez que não possuem o auxílio das paixões?
– Se as paixões não existem materialmente, existem no pensamento
dos Espíritos atrasados. Os maus alimentam os pensamentos deles arrastando
suas vítimas para os lugares onde têm o espetáculo dessas paixões
e tudo que pode excitá-las.
972 a Mas por que estimulam essas paixões, uma vez que não
têm mais objetivo real?
– É precisamente para provocar o suplício: o avaro vê o ouro que não
pode possuir; o libertino, orgias das quais não pode fazer parte; o orgulhoso,
honras que inveja e de que não pode desfrutar.
973 Quais são os maiores sofrimentos que podem suportar os
maus Espíritos?
– Não existe descrição possível das torturas morais que são a punição
de certos crimes. Mesmo os que as sofrem teriam dificuldades para
dar uma idéia delas; mas, certamente, a mais horrível é o fato de pensarem
estar condenados para sempre. (Veja a questão 101.)
974 De onde vem a doutrina do fogo eterno?
– É uma imagem, assim como tantas outras tomadas como realidade.
974 a Esse medo não pode resultar em algo bom?
– Reparai que ele não serve de freio nem mesmo para aqueles que o
ensinam. Se ensinais coisas que a razão rejeita mais tarde, fareis surgir
uma situação que não será nem durável nem salutar.
975 Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo?
– Sim, é o que faz seu suplício; porque compreendem que são privados
dela por sua culpa e por essa razão o Espírito, livre da matéria, deseja
ardentemente uma nova existência corporal, porque cada existência pode
abreviar a duração desse suplício, se for bem empregada. É então que faz
a escolha das provas pelas quais poderá reparar suas faltas; porque, sabei,
o Espírito sofre por todo mal que praticou ou de que foi causa voluntária,
por todo bem que poderia ter feito e não fez e pelo mal que resulta do bem
que deixou de fazer. O Espírito no mundo espiritual não tem mais o véu da
matéria. Como se tivesse saído do nevoeiro, ele vê o que causa o seu
afastamento da felicidade; então, sofre mais, porque compreende quanto
foi culpado. Não há mais ilusão: ele vê a realidade das coisas.